Já alguma boa gente deve ter notado que quase todas os municípios algarvios usam uma cabeça de um rei mouro e uma cabeça de rei cristão no brasão de armas da cidade ou vila: as únicas excepções são Olhão (que já usou no passado), Faro e Lagos. A razão de apareceram esses rostos tem a ver com razões culturais e históricas, mas também pelo facto do brasão do Reino do Algarve ter sido a principal força motriz por detrás da revisão dos escudos a partir de 1927. A história começou pelo município de Silves, que não se revia em usar um “escudo de prata” sem nada no seu interior (“armas lisas”, no dizer da Heráldica). Após consulta à Associação Portuguesa de Arqueólogos, o historiador Afonso de Ornelas submeteu a sua proposta para o novo desenho das armas da cidade de Silves, claramente inspirado no histórico brasão do Reino do Algarve. Este escudo, que não foi concebido em Portugal, por portugueses, foi provavelmente originalmente concebido pelo artista germânico Albrecht Durer em colaboração com outros para um trabalho comissionado pelo sacro imperador romano Maximiliano I chamado “Arco Triunfal” que consistia num imenso mosaico de xilogravuras ostentando “em todo o seu esplendor” o poder imperial do sacro imperador.
Querem saber, consultem o artigo sobre o brasão do reino do Algarve na Wikipedia, está lá tudo explicadinho !
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