O clero português no século XVIII (para além das finanças régias) precisava de ter uma ideia de quais seriam os seus rendimentos a nível nacional, fruto das concessões e foros atribuídos às ordens militares ou às dioceses (para não dizer “bispos”) pelos forais ao longo dos séculos. Em 1767, o presbítero Luís Cardoso, que já tinha publicado em 1747 o Dicionário Geográfico ou Notícia Histórica de todas as cidades, vilas, lugares e aldeias, rios, ribeiras e serras dos reinos de Portugal e Algarve decide fazer um catálogo em três volumes de todas as paróquias, nomes de elementos do clero. Uma espécie de “lista telefónica” daquele tempo onde inclusive lista o nome das cidades que recebem correio em nome das paróquias rurais a cujo “termo” pertencem. A esta obra chamou Luís Cardoso o nome de “Portugal Sacro – Profano : Ou Catalogo Alfabetico de todas as Freguezias dos Reinos de Portugal, e Algarve … juntamente com as leguas de distincia da Metropoli Do Reino, E da Cidade principal, e cabeça do Bispado, com o numero dos fogos : Noticia das terras do Reino, que tem Correio, e as que o não tem, de que Correios se servem“. Ora o termo de “Nossa Senhora da Conceição” aparece duas vezes, uma no volume 3 na lista das paróquias que não tem lugar para entregar correio e volta a aparecer no volume 2, numa entrada em conjunto com a outra paróquia também de nome Conceição no Algarve, mas situada em Faro. Continuar a ler “Referências de Conceição de Tavira nas obras de Luís Cardoso (1747-67)”